Como saber se estou tendo uma Crise de Panico

A Crise de Pânico é considerada o ápice da ansiedade. Trata-se de uma reação de alerta do nosso corpo a uma situação de estresse.  O estresse é percebido pelo indivíduo como ameaçador e pode ocorrer em função de uma situação vivenciada ou através de uma reação do organismo. No momento da crise os sintomas físicos e emocionais da ansiedade estão ocorrendo todos ao mesmo tempo e de forma muito intensa e a pessoa tem a nítida sensação de que pode morrer. Depois da crise as pessoas costumam dizer que acreditaram que estavam tendo um enfarto ou um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Resumindo, é como se houvesse um curto-circuito no eixo corpo-mente que desencadeia uma grande descarga de adrenalina e cortisol.

A grande maioria das pessoas já sentiu os efeitos da ansiedade na sua vida. Situações como apresentar um trabalho em sala de aula, pode trazer uma certa apreensão que pode se agravar se a pessoa esquece o que tem para falar ou começa a imaginar que os colegas e o professor não estão gostando da apresentação.

Muito provavelmente, ao ter que passar novamente por uma situação semelhante, pode sentir-se mal e evitar esse tipo de exposição. Mas se não tiver como evitar, antecipadamente vão aparecer na sua mente pensamentos negativos e catastróficos e com eles, começarão os sintomas físicos como aceleração cardíaca, falta de ar, entre outros. Assim o ciclo ansioso começa a ser instalado e caso a pessoa não comece a se tratar, a situação vai se agravando em intensidade e frequência até culminar em uma crise de pânico.

Fazer parte de uma família de pessoas que sofrem com preocupação excessiva e manifestam comportamento ansioso e/ou viver em situações de constante estresse história são fatores que contribuem para o aumento da ansiedade generalizada e que facilitam o desencadeamento de crises de pânico.

À medida que se tornam cada vez mais frequentes, essas crises ficam associadas a desencadeadores externos (locais ou situações) ou internos (pensamentos ou sensações físicas), que são avaliados de maneira negativa pela pessoa, pois passam a ser consideradas como um sinal de perigo eminente. O indivíduo se torna muito inseguro e passa a sentir um medo recorrente de perda de controle, de morrer, de enlouquecer.

Instala-se um constante estado de apreensão que desencadeia um aumento da ansiedade e consequentemente dos sintomas físicos e emocionais. Os pensamentos catastróficos são cada vez mais frequentes e a pessoa passa a sentir medo do medo.

É muito comum que a pessoa passe a deixar de viver situações em que acha possível ter uma crise de ansiedade. Outro padrão de comportamento recorrente é ficar alerta para ver se nos lugares em que está existe uma rota de fuga, evitar de ir a lugares em que escapar seja difícil, se sentir incapaz de sair ou ficar sozinho.

Como então enfrentar uma crise de pânico? O ideal é tratar a ansiedade excessiva desde os primeiros sinais. Porém, a maioria das pessoas costuma desvalorizar os sintomas iniciais da ansiedade e acaba sofrendo as consequências

mais tarde.

As crises podem ser sinais de outros transtornos, como o transtorno do pânico ou transtorno de ansiedade generalizada.

 Como a ansiedade é um produto da avaliação cognitiva e corresponde a um conjunto de pensamentos e emoções, quando essa situação fica fora de controle a pessoa começa a sentir o batimento cardíaco mais acelerado, falta de ar, um medo incontrolável e fica praticamente impossível raciocinar de forma adequada.

Compreender como a ansiedade funciona é o primeiro passo para readquirir o equilíbrio emocional e isso vai exigir empenho e vontade de mudar o rumo dessa história, e acredite, essa é uma decisão inteligente porque ansiedade generalizada tem cura.

  • Para ter controle e evitar novas crises de ansiedade é preciso:
  •  saber interromper os pensamentos catastróficos e pensar na situação de forma mais assertiva.
  • Não evitar as situações que lhe trazem ansiedade pois fugindo delas você estará alimentando o circuito do medo à medida que seu cérebro vai entendo tais situações como cada vez mais ameaçadoras.
  • Lembrar a todo instante que os pensamentos são eventos mentais e não são necessariamente reais, ou seja, o fato de você ter medo de morrer não significa que de fato você vai morrer afinal, você está lendo esse artigo não é mesmo?
  • Aprenda a fazer a respiração diafragmática.

Os tratamentos indicados para o Transtorno do Pânico são a psicoterapia, a psico-educação e em alguns casos, o uso de medicações que controlam a ansiedade se outros métodos não tiverem dado resultados, é recomendado.

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Vânia Calazans

Psicóloga Clínica pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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